terça-feira, 4 de maio de 2010

Mulher americana no Met


O Metropolitan hospeda, do dia 5 ao dia 15 deste mês, a exposição American Woman: Fashioning a National Identity. Os mais de 70 outfits expostos foram um dia desfilados por mulheres americanas entre 1890 e 1940.  E são criações de estilistas como Coco Chanel, Elsa Schiaparelli, Madeleine Vionnet, Madame Grès e outros nomes de alto escalão.

A ideia é mostrar, a partir das peças, o caminho trilhado pelas mulheres americanas rumo à emancipação social. A exposição é dividida em seções que compõe uma linha do tempo. O visitante tem acesso à alas referentes a diferentes épocas e pode acompanhar filmagens que revelam histórias femininas de cada tempo.

Uma das galerias, a Flappers, expõe peças dos anos 20, a talvez mais rebelde de todas as décadas do século passado. E quem narra a exposição, contando fatos e detalhes sobre cada peça, é (Carrie Bradshaw) Sarah Jessica Parker. Mais new yorker impossível.




A exposição foi inaugurada com jantar e baile para um turma nada simples, tendo Anna Wintour como anfitriã.




domingo, 2 de maio de 2010

A moda de Mussolini


Fashion at the time of Fascism, de Mario Lupano e Alessandra Vaccari, apresenta uma série de dados e profunda pesquisa sobre a moda na Itália durante as duas décadas em que o país viveu sob o regime de Benito Mussolini. Os autores mostram a obsessão que os italianos tinham com a ideia de dominar o corpo.





A época era de padrões rígidos de formas e medidas corporais, cirurgias plásticas e exercícios físicos, o que, segundo os autores, eram comportamentos que traduziam a ideia fascista de construir uma nova humanidade.





A obra ainda comenta algumas medidas do Ente Nazionale Della Moda, o conselho nacional de moda italiana, que a partir da segunda metade da década de 30, não mediu esforços para impedir qualquer influência francesa na costura italiana. Ditando, inclusive, o que os designers poderiam, ou não, desenhar.
 

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estágio chique

A Vogue americana leiloou um ticket para um estágio na revista. O leilão encerrou com um lance de $42.500. O fashionista abastado passará uma semana na redação (tomando cafezinhos chiques). E ainda terá a chance de trabalhar ao lado de Anna Wintour, editora que inspirou a personagem de O Diabo veste Prada (medo).


 
O nome do estagiário não foi revelado, logo, o mundo da moda anda fazendo especulações de que se trataria de uma empresa tentando promover seus negócios. Ou apenas alguém com um daddy rico.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Batom Vermelho

Neste inverno, o batom vermelho volta mais forte do que nunca. Até a geração gloss promete colorir os lábios.

Mas por que nos maquiamos? Uma breve recapitulação.





Foram os faraós que lançaram a tendência de pintar os olhos. Os mais antigos testemunhos sobre maquiagem apontam para uma preocupação egípcia em não olhar diretamente para o deus-sol, o Rá. Por isso a maquiagem nos olhos. Os nobres egípcios também usavam misturas de metais em pó - leia-se sombra - nas pálpebras. Para protegê-las.

Também há registro de que, na Roma Antiga, fashionistas adeptas de cosméticos coloridos pintavam o rosto, ignorando o descontentamento masculino. Líderes religiosos classificavam a prática como impura e diversas obras da época retratavam a desaprovação dos homens diante do costume.

Muito tempo depois, em meados do século XVIII, na Inglaterra, houve tentativas de implantar uma lei que puniria mulheres maquiadas. Elas iriam para o mesmo saco que as bruxas. Mas a tendência de se maquiar, ironicamente, se fortaleceu devido à falta de higiene pessoal da época. Ao invés de banho, produtos cosméticos e perfumes disfarçavam odores e rostos sujos.

Mas foi a indústria química que consolidou e democratizou o uso de batons, lápis e afins. Na década de 30, novas formulações de cosméticos foram lançadas e Paris, é claro, foi o primeiro palco da revolução da maquiagem.

Britney e toda a celulite do mundo

Como começar uma revolução?



Há algumas décadas atrás, como forma de manifestar rebeldia e ousadia, as mulheres se despiam de panos e deixavam partes do corpo, nunca antes reveladas, a mostra. Tanto que a minissaia já foi bandeira de revolução. Mas no século 21, não há nada que não se tenha mostrado. Andar de sainha curta, mostrar os peitos ou a bunda, não é sinônimo de coragem. Ou contemporaneidade. 

Britney Spears, sabe-se lá o porquê, divulgou fotos suas, de uma campanha publicitária para a Candie`s, sem photoshop. As fotos mostram uma Britney com celulite, pele normal, mas, ainda sim, bonita. As reais intenções da cantora talvez nunca sejam totalmente esclarecidas. Mas sua ousadia é extremamente admirável, pois além das imagens sem os retoques, as fotos com photoshop também foram divulgadas. Assim, o público pode ter uma ideia de como - pessoas reais se tornam irreais – são feitos anúncios e capas de revista. 

Se a era miss perfect está no começo de um fim, não sabemos. Mas se olharmos pra trás, perceberemos que as grandes revoluções femininas começaram desta forma. Com algumas mulheres tomando iniciativas mais corajosas e incentivando outras a se tornarem mais livres.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

What is it about Alice?


Alice trouxe às salas de cinema boa parte do público que em algum momento durante a infância viu o filme, e não entendeu. Nenhum outro clássico infantil requer tantas explicações como Alice no País das Maravilhas. A história, escrita por Lewis Caroll no século 19 abriu margem à discussões e interpretações que ainda estão à tona. Alice foi tema de poemas, estudos acadêmicos e filmes adaptados de um texto que encanta tanto crianças quanto adultos.

O que é bastante explícito, é a correlação entre os diálogos e acontecimentos da história e o mundo dos sonhos. Um mundo muito particular, onde é difícil dividir e descrever as histórias sonhadas.“O que um corvo tem a ver com uma escrivaninha?”, se questiona insaciavelmente o Chapeleiro. Frases e imagens sem sentido no mundo racional, são bem comuns quando estamos adormecidos.

Se tivéssemos sonhado com uma passagem em Wonderland, como poderíamos descrevê-la? “Hoje eu sonhei que caí em um buraco, e enquanto eu caia, eu passava por livros, talheres e até por um piano. Aí tinha um gato que sumia e aparecia e também uma rainha, e ela tinha um exército, feito de cartas de baralho...”.

Nunca conseguimos transferir, em um relato, tudo que sentimos e vivemos durante os sonhos. Quando colocamos em palavras, não parece nada interessante. Talvez a história de Alice ainda exerça fascínio por conseguir nos levar de volta àquele mundo que visitamos apenas quando dormimos.